segunda-feira, 18 de maio de 2009

Comédia

Gatos.

http://www.youtube.com/watch?v=ibNpX3lF8a8&feature=related

Gatos. Existe coisa mais fofa do que eles? Eu particularmente adoro gatos, por suas caracteristicas tao peculiares. Esse comediante colocou de forma muito engracada as verdades sobre eles, e por que eles sao tao adoravéis.

Religião e Secularismo.

Discurso de Barack Obama.

http://www.youtube.com/watch?v=_IHQr4Cdx88

Por tempos, acreditei que todo o barulho que se fazia sobre esse novo presidente dos EUA era apenas por ser o novo presidente dos EUA (ou seja, poderia ser qualquer um que alcancasse esse status) e por ser negro. Nao achava que ele tinha algo de especial, tampouco que o fato dos EUA ter eleito um presidente negro fazia dos americanos uma nacao melhor que outras tantas (e essa última parte ainda acho). Porém, pesquisando mais o assunto, percebi que ele realmente tem visao e parece ser um político e tanto, e devo admitir que senti certa inveja dos americanos... Por que o Brasil nao possui presidentes e políticos assim? Os EUA se mostraram dispostos a mudar, mas quanto tempo mais teremos de viver no conformismo até NÓS resolvermos nos mostrar disposto ao mesmo? Enfim, segue um dos vídeos que mostra como esse país saiu de um político que falava que os cidadaos ateus de seu solo se quer poderiam ser considerados cidadaos (exemplo de democracia, nao?) para um que acredita na ciência e na democracia, que todos devem ser tratados iguais e que existem coisas que devem, sim, ser postas acima da religiao, tais como o direito de liberdade.

Brasil e Política Brasileira.

Documentário à respeito do filme Tropa de Elite.

http://www.youtube.com/watch?v=c_I85ej7K6E&feature=PlayList&p=0EC575C4F47FA8F7&playnext=1&playnext_from=PL&index=27

Documentário que provavelmente inspirou o filme Tropa de Elite (nao posso afirmar isso, nao pesquisei para saber se foi mesmo feito antes do filme), é de grande importância para aqueles que querem saber um pouco mais sobre a realidade das favelas no Brasil, em destaque as do Rio de Janeiro, e da guerra que é travada até os dias de hoje entre o crime organizado e a polícia.
(e uma boa recomendacao para os que gostaram do filme, também!)

Ciências, Relatividade e Física Quântica.

Universos Paralelos.

http://www.youtube.com/watch?v=o9LV9vaGxJQ

O que descobrimos desde Galileu, Newton e Einstein? A ciência e a forma como vemos o mundo tem sido constantemente refinada, melhorada e por vezes, modificada para buscar sempre o quadro mais coerente e plausível possivel. Mas e quando descobrimos o quadro final, quando todos os campos estiverem preenchidos, o que será que encontraremos no fim dessa linha?
Newton propôs, há muito tempo, um quadro de como calcular as forcas do mundo e do universo, tais como a gravidade, e essa visao foi refinada e aprimorada por Einstein. Mais tarde, descobriu-se um problema em sua teoria, pois, apesar de ser facilmente aplicada em aspectos macroscópicos, como os planetas e galáxias, falhava em explicar os acontecimentos no mundo microscópico, o que acontece dentro dos atômos, e para essa foi preciso criar uma nova física especial, a física quântica. Por fim, desde os anos 80 surge e é desenvolvida uma teoria que pode mudar esse quadro. As Supercordas surgiu com o anseio de se tornar a teoria final, a explicacao da matéria e dos problemas que a física ainda enfrentava, e pode ser a Teoria do Tudo, a que une as quatro forcas físicas (eletromagnética, nuclear fraca, nuclear forte e gravidade).

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Após uma Longa Pausa...

Olá! Faz tempo, nao?
Bom, cá estou aqui na reinauguracao deste que vem a ser meu Blog, que foi abandonado por tanto tempo... Anteriormente, ele era usado mais como fonte de informacao inútil que eu encontrava e trabalhava em cima. O que será dele agora, eu nao sei. Estou morando há alguns meses na Alemanha já, entao para este tópico de inauguracao, decidi tratar de dois assuntos: a língua alema e algumas curiosidades:

Primeiro, as curiosidades:

No primeiro mês que estive aqui, visitei os pontos famosos de Munique, tais como a Catedral das Mulheres, o Parque Olímpico, o Mundo BMW, entre outros... Tudo isso é muito legal!

Uma história sobre essa Catedral das Mulheres (Frauenkirche) (que já contei para uma meia dúzia de pessoas), e vou narrá-la aqui exatamente como narrei para elas na época (por meio da magia do Ctrl+C, Ctrl+V), é sobre uma pegada que se encontra logo na entrada da Catedral, e existem duas histórias para ela:


Há muito tempo atrás, o demô tava puto. Isso por que na Europa estavam construindo muitas igrejas, todo o mundo conhecido estava se tornando cristao e zás... Daí ele viu que estavam construindo mais uma igreja, a Frauenkirche, e decidiu "nao, vou destruir essa igreja antes que terminem ela!"Daí ele foi pra Terra e, quando estava pra fazer isso, deu uma olhada na construcao, analisou a arquitetura... e daí ele reparou: "esse lugar nao tem janelas! Essa igreja será extremamente escura, Deus nao vai ter vez num lugar assim, será o lugar perfeito para aqueles que me adoram!". Entao ele foi encontrar com o arquiteto da igreja que estava no Hall da entrada e fez o seguinte trato: Eu nao vou destruir sua igreja, mas com duas condicoes: você termina de construi-la em 20 anos (hoje em dia isso é mel na chupeta, mas na época foi um recorde de velocidade!) e nao adicionará mais janelas a ela. Do contrário, eu como a sua alma!".
O arquiteto assinou o acordo e, 20 anos depois, a igreja foi construída Daí o coisa ruim voltou pra ver como ficou, e viu que tinha muitas janelas nela! Daí ele ficou muito puto, voltou pro arquiteto e disse "Você quebrou o contrato. Agora na hora do créu" e o arquiteto respondeu: "peraí! Voltemos ao lugar onde assinamos o contrato. Olhe ao seu redor. Vê alguma janela (e, de fato, o Hall de entrada da igreja nao tem janelas, o que é incomum em construcoes daquela época). Entao, eu nao pus mais nada aqui! O trato continua!" Foi entao que o demô ficou mais puto ainda por que tinha sido enganado e, em um ataque de fúria, pegou fogo que nem o cara do quarteto fantástico, e daí ele bateu o pé tao forte no chao que ficou a marca! =D Entao, essa é a história! A outra versao diz que é a forma que o arquiteto usou pra assinar a sua "obra", marcando o próprio pé. Agora você acredite em qual das duas você preferir! XD

O Mundo BMW (BMW Welt) é um lugar muito interessante...
Cada carro que nao dá nem pra imaginar (como o da foto).


O Parque Olímpico (Olympiapark) sediou os Jogos Olímpicos de 72, numa tentativa (infelizmente frustrada) de demonstrar que a Alemanha tinha se recuperado do terrível pesadelo que foi o nazismo. Frustrada, pois foi quando ocorreu um ataque terrorista contra os atletas de Israel. Na verdade, nao há nenhuma relacao entre os ataques e grupos nazistas ou neonazistas, e sim com palestinos (ah, os palestinos!) e suas reinvidicacoes pelo fim de Israel (nem vou entrar à fundo nesse assunto, pois nao é o tema de hoje).


Bom, agora falarei da língua alema, com a qual tenho alguns problemas para aprender. Nao sei se notaram, mas nao uso mais "til" nos meus textos. Seria o "internetês" tomando conta de mim? Será que estou me "desalfabetizando"? Nada disso. Como nao existe esse acento no alemao, os teclados do computador nao possuem a opcao (opa! Parece que o cedilha também sumiu!). Entretanto, temos letras bem mais legais, como o ü,ä,ö, (e o smais legais de todos), o € e o ß.
O alemao é uma língua extremamente complicada para nós, falantes do português, principalmente por sua gramática (que é totalmente diferente, e provavelmente mais (ou tao) complicada quanto a gramática do português). Depois que comecei a aprender, percebi como o inglês é uma língua idiota rsrs.

E um pouco sobre eu também...
Línguas é um assunto que me fascina (como podes ver, este nem é o primeiro post meu sobre o assunto), e essa fascinacao é recente, de um ano pra cá, talvez. Mesmo assim, uma certeza que tenho é que nao quero fazer Letras (e eu já pensei no assunto...). Eu estou convicto de que é História mesmo que quero estudar, e, claro, ninguém pode prever o dia de amanha (tem uns caras que dizem que conseguem, mas eu tenho minhas dúvidas sobre a veracidade disso...), e nao posso dizer se vou mudar ou nao de ideia depois. Entretanto, eu já penso dessa forma há muito tempo já, e nao há indícios de que vou mudar de ideia, portanto, estatisticamente falando, acho que as chances de acontecer sao praticamente nulas!
Bom, é isso aí! Até o próximo post!

Auf Wiedersehen!


P.S.:Todas as fotos aqui mostradas foram tiradas por mim!

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Fale Difícil!

Tendo em vista o fracasso da minha última postagem (...), eu decidi postar mais um pouco de cultura ínutil (parece que o pessoal gostou...). Dessa vez ensino vocês a como falar frases do dia-à-dia de forma um pouco mais "complexa":

-Deveras interessante para um órgão sexual fálico masculino (bom pra caralho)
-Retornai à meretriz que vem a ser vossa genitora (vai pra puta que pariu)
-Herdeiro da Profissional Autônoma que Atua na Locação do Próprio Corpo por Tempo Determinadíssimo (filho da puta)-Derrubar com intenções mortais (cair matando)
-Prosopopéia flácida para acalentar bovinos (conversa mole pra boi dormir)
-Sequer considerar a possibilidade da fêmea bovina expirar fortes contrações laringo-bucais (nem que a vaca tussa)
-Orifício circular corrugado, localizado na região inferior lombar de um cidadão em alto estado etílico, deixa de estar em consonância conforme os ditames vigentes na sociedade e conforme as leis de propriedade vigente (cú de bêbado nao tem dono)
-Inflar o volume da bolsa escrotal (encher o saco)

Fonte: http://www.eufalodificil.com.br/

domingo, 20 de julho de 2008

G.C.P.D. Reports (Partes I e II)

Lembro que, quando criei o blog, na página de inauguração, eu citava que um dia escreveria aqui sobre Gotham City, a cidade imaginária onde personagens como Batman, Robin, Catwoman, entre outros, perambulam à noite. Bom, como combinado, dessa vez eu não iria postar coisas sobre cultura inutil, mas já faz um mês praticamente que eu não posto nada de novo, então resolvi reviver das cinzas essa pequena resenha que eu escrevi à um ou dois anos atrás, que conta a história de um capanga do Charada. A obra nunca foi concluida, na verdade, pois era para ser uma história de 10 partes, e eu só escrevi até a Parte VII. Espero que gostem. Se sim, eu postarei o restante da história na próxima atualização.


P.S.: G.C.P.D. = Gotham City Police Departament.
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PARTE I

O rádio-despertador liga as 20:30 anunciando mais uma noite de trabalho. Enquanto me levando, vou ouvindo o interlocutor avisando os pontos de trafego em Gotham e o mercado de valores. Lavo meu rosto e, enquanto tocava alguma música antiga do Rolling Stones, olho minha face no espelho, a barba mal feita, as olheiras, os cabelos grisalhos cada vez mais aparentes. Isso costumava me deixar deprimido, mas naquela noite eu não estava. "Hoje será o meu grande dia.", penso.
Troco de roupa rapidamente, pego minha mala e meu chapéu e, quase saindo de casa sou surpreendido pela minha esposa, com os cabelos armados e também com olheiras, carregando no corpo as marcas das noites sem dormir e segurando o bebê, que não parava de chorar. Ela reclama mais uma vez sobre meu emprego e o horário dele, eu dou a mesma explicação de sempre, aquele era apenas um emprego temporário até em arranjar algum outro.
Saio do apartamento e desço as escadas, nós moramos num prédio antigo, com 5 andares e um único elevador, que está sempre quebrado. Ao sair do prédio para a rua mal iluminada, um mendigo que mora ao lado do portão fica irritado por eu estar ignorando ele e nunca lhe dar nenhum trocado, antigamente eu costumava a ser surpreendido com isso, mas hoje em dia já é parte da rotina.
Ando mais alguns quarteirões e pego o ônibus (lotado, como sempre) para o centro da cidade. Após meia hora desço numa rua em frente às Torres Wayne, aquela era outra Gotham, uma cidade esperançosa, onde senhores e madames caminham com ternos e gravatas, voltando para suas casas depois de um dia de trabalho, ali as ruas eram seguras e limpas, com policiais em quase todas as partes. De lá são mais alguns quarteirões até uma outra rua, mal iluminada até mesmo durante o dia devido a altura dos prédios comerciais e arranha-céus que o certavam e tinham, em sua maioria, suas entradas de costas para aquela rua. "Um borrão no mapa da cidade", pensava quase sempre que entrava nela. Ali, de costas para as enormes construções havia uma rua como aquela ainda insistia em sobreviver, como um vírus que se recusa a deixar o corpo. Lá se encontravam vários bares e boates, o que fez com que a rua se tornasse a moradia para uma porção de bêbados e prostitutas, que já eram encontrados em grande abundância mesmo naquele horário. Não é incomum eu ser confundido com algum dos "homens-de-família", bem-afortunados e donos de impérios capitalistas, em busca de um pouco de diversão. Entre dois bares, existe uma pequena viela, com pouco mais de um metro de distância entre eles, por onde entro. Ali a escuridão é praticamente total, e os boatos sobre o que acontece lá mantêm os bêbados e mendigos longe.
Dali um pouco abro a mochila, troco de roupa e jogo a mochila atrás de uma lata de lixo ao lado. Os movimentos são tão automáticos que a escuridão quase total em nada atrapalha. Durante o processo, penso por um momento em minha esposa e no nosso filho, que em breve completa 1 ano. Eu os amo, embora minta para ela toda noite dizendo que trabalho como porteiro. É melhor assim. Se ela soubesse o que eu realmente faço, a vida que levo e que havia jurado ter deixado para trás, ela não iria compreender o quão grandiosos eram os nossos objetivos. O meu objetivo.
No fim do estreito corredor havia uma porta de ferro, aparentemente a saída de emergência de algum prédio, com um cadeado e correntes. Após destrancá-la e atravessá-la, entro no salão enorme, que outrora foi o armazém de alguma fábrica.
A reunião não havia começado, embora já houvesse três colegas lá dentro, todos com o mesmo uniforme que eu, em pé ao lado de uma parede. Um fumava, enquanto os outros dois jogavam conversa fora. "Ninguém chegará atrasado hoje", penso. Qualquer erro no plano, por menor que seja, qualquer desvio, poderia resultar num desastre.
Tudo fora planejado com um mês de antecedência. Todos os dados foram registrados, analisados e reavaliados, para ter certeza de que nada estaria fora do lugar. Estava nervoso, aquilo era algo grande, e eu fazia parte daquilo. Mas depois penso na recompensa que tudo aquilo traria, e fico mais aliviado.

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PARTE II

Fico no meu canto, meditando um pouco para passar o nervosismo. Dali uns dois minutos chega o último membro do grupo. Agora faltavam apenas alguns minutos para o chefe chegar e, assim, a operação começar. As 22:30 em ponto ouvisse uma voz.
"O que é que recompensa aqueles que o obedecem, chateia os que o precedem e puni os que o avançam?”.
O mais difícil do trabalho era isso. Aqueles os malditos enigmas. Eu sabia que, enquanto estivesse na segurança de minha mente, não haveria problemas, pois um pensamento desses era o suficiente para ser expulso da operação. Aquela série de charadas e enigmas que ele insistia em por em cada frase e observação e que não podiam ser respondidas nunca, pois isso só o deixaria irritado, e irritar um chefe não era uma boa idéia. Aceitei-o como meu chefe, pois, apesar de tudo, não possuía recursos para realizar qualquer coisa maior que pequenos furtos, e também era preciso admitir o seu brilhantismo tático. Ele planejara, quase que sozinho, tudo o que faríamos naquela noite, pensando em cada possibilidade, verificando todos os detalhes, armando e articulando cada idéia. Nós éramos apenas capangas, tínhamos de ser espertos apenas o suficiente para recolher dados e realizar tarefas mandadas. Por isso não era bom, nem mesmo saudável, ser muito esperto naquele grupo. E por isso nunca era uma boa idéia mostrar que se conhecia alguma das suas charadas ridículas e antiquadas, ele encarava isso como um ato de rebeldia, uma tentativa de superar o seu intelecto supostamente superior.
"A pontualidade" -respondeu, quando decidiu fazer sua entrada saindo de uma parte mais escura do salão, no topo de uma passarela. Desceu uma escada e abriu os braços, como se quisesse nos cumprimentar por chegar cedo - "Bom ver que todos estão aqui. Vamos revisar mais uma vez o nosso plano e então partimos”.
Foi até uma mesa empoeirada num canto do salão, tirou da gaveta um mapa de Gotham e algumas plantas do prédio e começou. Nem precisei prestar muita atenção, pois já ouvira aquilo umas cinco vezes aproximadamente, além de ter ficado repassando-o em minha mente os meus passos por inúmeras vezes. Pude sentir no olhar dos demais que também não precisavam daquilo, mas o melhor era ficar calado e ouvir. Quinze minutos depois ele largou o mapa: "Entenderam? Então vamos”.
Nos deslocamos para dois carros, seria eu e mais três capangas em uma vã, sendo que eu ficaria na caçamba com outros dois. O chefe e Norman iriam com outro carro. Norman era só um capanga, como nós, porém de todos era o preferido do chefe. Ele era obcecado pelo chefe, prestava atenção em tudo que ele dizia com a mesma atenção que um cão ouve as ordens de seu dono, e sempre arregalava os olhos com as charadas dele, como que surpreendido com sua genialidade. Ele também era um completo idiota, não pensava nem tirava conclusões de nada, e isso agradava ainda mais o chefe, pois sabia que Norman jamais questionaria uma ordem sua, por mais incoerente que ela fosse.
O plano era relativamente fácil. Dirigiríamos até o Banco de Gotham, os dispositivos de segurança seriam desligados por John, o hacker do grupo (o mais inteligente de nós, era também o mais necessário para o plano e o mais indesejado pelo chefe). Seria entrar, arrombar o cofre, tirar o dinheiro e fugir antes que a polícia chegasse. "Genial de tão simples”, penso.
No caminho, eu e John começamos a conversar. Raphael, o outro membro que dividia espaço na caçamba conosco, era mudo, não se comunicava com ninguém e quando falávamos com ele, não fazia nenhum gesto de resposta, como se também fosse surdo. Mas era incrivelmente forte, capaz de levantar um carro quase sem dificuldades, conforme demonstrou no dia em que se apresentou para o "emprego" e o chefe pediu para poder assistir a façanha.
John começou a falar, nitidamente preocupado:
- Existe 34% de chance dele ou de algum dos seus amiguinhos justiceiros aparecerem, aproximadamente. Mas acho que as chances disso aumentam um pouco, levando em conta quem é o nosso chefe.
- Se ele aparecer, a gente tá ferrado.
- Você já o viu alguma vez? - perguntou, inclinando o corpo para frente e ajeitando os óculos, como se estivesse muito interessado em saber.
- Uma vez, já faz alguns anos. Estava voltando do bar com uns amigos, quando vimos uns caras assaltando uma loja. A gente parou pra assistir, ver no que ia dar. Nisso um dos caras atirou na cabeça do dono da loja com um rifle, os miolos dele se espalharam por toda a rua.
- Deve ter sido nojento.
- E foi, mas eu quase não me importei, fiquei fascinado foi com o que aconteceu depois. O cara apareceu num daqueles carros cafonas dele e atropelou um dos assaltantes. Depois desceu e atirou uma daquelas "bat-coisas" no outro que tentava fugir. A cena toda durou pouco mais de um minuto, ele algemou os dois e foi embora. Antes de ir, ele olhou diretamente pra mim, por que percebeu que eu ainda tava ali olhando pra ele. Durou uma fração de segundo. Nem mesmo eu acreditei quando vi, sabe, eu nunca acreditei que...
- É, quase ninguém acredita mesmo. - disse John, como se já soubesse o que eu ia dizer - até a hora que a gente vê. Mas os dados estão aí. Eu tenho um primo que trabalhava na polícia, ele me disse que não era incomum...
E nisso ele começou a contar a história do seu primo, e eu fingia que escutava. Minha mente estava totalmente voltada no que iríamos fazer. "E se ele aparecesse?". Eu já tinha até mesmo esquecido da história no bar, se não fosse John ter comentado do assunto. Agora essa idéia me assombrava, o chefe não havia comentado nada a respeito dele, mas tenho quase certeza de que ele já havia pensado nisso. Era melhor eu esquecer disso, com certeza havia um plano para isso.
A vã parou de andar. Olhei no relógio, eram 23:30, conforme o combinado. Era agora.
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